Brokenídea


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Louise Gracielle.

Em 2010, milênios desde a última postagem no blog, com 22 anos. ;)

I've been stretching my
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.:: sábado, fevereiro 12, 2005

Flores Em Tudo Que Vemos

[introdução]

Ele me irrita na Internet, faz de tudo para me ver nervosa, enche meu computador de músicas do George Harrison, acusa minha pobre pessoa de não gostar de Beatles (só por não ser maníaca), insinua que não tenho bom gosto musical (ele só gosta de bandas antigas também!), adora Chaves e Chapolim (né, Chabrunim Carlorado?), chama-me de "fresca" por vezes, mas - sabem como é - é tudo porque ele me adora e não consegue assumir! [Brincadeirinha, Bruno! "Take it easy, life is beautiful, but the world is not enough..." (ahn?)]

Com vocês...Sir. Bruno Carlos! E um daqueles textos pra gente babar no teclado... (Não é à toa que vai fazer Comunicação!)

[/introdução]

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores

Sempre me chamou a atenção aquela casa humilde, situada bem no centro de uma cidade de porte médio, onde eu morava já há alguns anos. Era um dos poucos e raros exemplos de um lar que resistiu à modernidade, embora soubéssemos que grandes construtores sempre tiveram uma grande ambição em adquirir aquele terreno e pagariam qualquer valor por ele. Era estranho ver aquela casa simples, com a pintura desgastada, destelhada e com as janelas já corroídas por cupins, bem no meio de prédios luxuosos, daqueles onde eu sempre sonhei morar. Mas sua simplicidade lhe trazia um charme especial e minha atenção acabava voltada para ela. Quando cheguei a esta cidade, porém, aos meus olhos não passava de uma casa perdida entre monumentos erguidos pelo homem.

Os prédios que ficavam ao lado eram como um sonho: grandes, modernos, robustos, lindos... É difícil descrevê-los. São como os edifícios que vemos nas novelas, aqueles mostrados para passar para o telespectador o grau de riqueza de tal personagem. Infelizmente, eu não tinha condições de viver em um lugar como esse, e o que era sonho continuou sendo apenas um sonho. Acabei me mudando para o prédio em frente, pouco luxuoso, onde vivia uma gentalha irritante, mas que me dava uma visão privilegiada daquele que, no futuro, seria o meu lar. Sonhar não custava nada. No fundo eu sabia que uma vida modesta não era o que eu queria, mas era o que eu podia ter. Passava horas e horas o admirando. Quando olhava para o lado e via aquela casa feia de tão simples, pensava: "Idiota. Podia vender o terreno e ganhar uma boa grana!". Porém, por estar tão encantado com aqueles prédios, até então nunca havia notado aquele jardim impecável, florido, com flores irradiando alegria. Havia flores de todos os tipos. Algumas eu sequer conhecia, embora eu gostasse um pouco de flores. Elas me passavam uma boa sensação.

Aos poucos, aquela casinha foi me deixando cada vez mais maravilhado. Qualquer um poderia se dizer infeliz por viver em um lugar tão pobre e nada aconchegante, mas aquelas flores pareciam satisfeitas. Só depois de muito tempo vi pela primeira vez o responsável por aquele espetáculo da natureza: um senhor já bastante debilitado, que caminhava com passos pequenos e lentos, sempre se apoiando nos troncos das árvores que cultivava, segurando o seu regador. A cena se repetia todo o santo dia: lentamente, o senhor deixava o seu lar; regava todas as plantas; beijava os lírios; conversava com as rosas; gargalhava de uma piada que eu adoraria ouvir (e as flores pareciam corresponder); dava um singelo sorriso, admirando a beleza de suas companheiras; voltava para casa e de lá não mais saía até o dia seguinte, quando repetia a ação. Depois fui descobrir que se tratava de uma pessoa sozinha e tinha nas plantas sua única companhia. Apesar disso, parecia ser feliz. Mesmo de longe via que seus olhos tinham um brilho diferente: mostrava pureza, sinceridade... Era completamente diferente das pessoas que eu estava acostumado a conhecer. Eu gostava de assistir àquela cena. Me fazia feliz, me acalmava... Era só dar uma volta pelas ruas para sentir a tensão das pessoas, o estresse, a ganância... Eu me sentia terrível por também ser assim. E cada vez mais eu admirava aquele homem, que não tinha ambições e era feliz com o que tinha.

Certo dia, ao chegar cansado do trabalho, me dirigi até a janela. Aquele senhor não saiu para regá-las. Os dias foram passando e as flores foram murchando, morrendo... Alguns dias depois, os tratores vieram completar o serviço e colocaram abaixo aquela casa humilde, que era um pedaço da vida daquele senhor. De um certo modo, era da minha também. Não sobrou mais nada! Apenas um terreno vazio, que meses depois hospedaria mais um prédio de luxo.

Eu não sei se aquele senhor era feliz. Eu não sei se ele se importava em estar sozinho. Sei que ninguém nunca se importou com ele, mas eu sim. Me ensinou a lição que guardo comigo até hoje: temos coisas maravilhosas no mundo. Feliz é aquele que sabe dar o devido valor a elas.

( Por
Bruno Carlos. )

"Há flores por todos os lados,
flores em tudo o que eu vejo..."

(Titãs)

George Harrison - Got My Mind Set On You.
[Em homenagem ao Bruno. Risos!]

PS.:
Fiz algumas atualizações em curto espaço de tempo, pois abandonarei a net semana que vem. Só para deixar avisado o futuro sumiço!


.:: Por Louise Gracielle, às 11:24 PM.




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