Brokenídea


The current mood of criticomica at www.imood.com

Louise Gracielle.

Em 2010, milênios desde a última postagem no blog, com 22 anos. ;)

I've been stretching my
mouth to let those big words
come right out!


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.:: domingo, novembro 28, 2004

Tristeza Não Tem Fim

Estava exausta aquela manhã. O dia anterior havia sido perfeito, mas aquele começara mal. Sentia como se o azar lhe jogasse tchauzinhos do outro lado da rua.

Atirou-se debaixo d’água: chuveiro. Uma tia lhe dissera, certa vez, que a cura para o mau humor era um bom banho de água fria. Esperou que as crendices de uma senhora vivida funcionassem naquele momento e idealizou a abundância límpida escorrendo pelos seus cabelos, os pensamentos ruins sendo carregados até que, nas pontas de suas madeixas, caíssem ao chão e por lá ficassem.

Imaginou-se numa cachoeira... Era tão bom sentir aquela água batendo em seu rosto, arrancando a máscara da tristeza, que pouquíssimas vezes usava. Tentava estar sempre sorridente – mesmo que interiormente. Acreditava que a felicidade não fosse sinônima de alienação, mas sim de contato pleno com o mundo, de satisfação com seu eu mais íntimo.

Mas aquela onda de azar a deixava incapaz de sorrir consigo mesma.

E subitamente percebeu que seu rosto era agora banhado por suas lágrimas. Indagando os motivos daquele pranto inesperado, descobriu que não estava plena consigo mesma, que muitas coisas não estavam em seus devidos lugares. E que a “onda de azar” fora uma desculpa fajuta para os erros que vinha cometendo – inúmeros.

Analisou as circunstâncias em que a vida se encontrava. Pelas veredas dos amigos caminhou por uns instantes... Encontrou o motivo de sua lamentação repentina. Descobriu que estava agindo errado com tudo e com todos: deixava que quarteirões representassem uma distância inacreditável entre ela e seus amigos. Deixava que as aulas, às quais não mais freqüentava, carregassem consigo as preciosidades da sua vida. Viu-se valorizando as pessoas que nunca se importaram realmente com ela, que se aproximaram na alegria e quando estava triste, a repeliram da roda como um inseto indesejável.

Lembrou-se das vezes que discutiu com alguém. Permanecia amando todos os que a haviam magoado; porém, mantinha dentro de si um quê de rancor. E assim viu que perdeu muitas boas amizades por um orgulho insensato, por uma infantilidade de não perguntar o que estava acontecendo, de não pedir perdão e tentar a reconciliação.

Quantas vezes alguém tentara dissuadi-la de uma amizade querida! Talvez não a tivessem diretamente desviado de alguém; entretanto, na doçura de inúmeros momentos com alguns companheiros, estes tomaram sua completa atenção e alguns do grupinho ficaram esquecidos... Sentiu vergonha por constatar o tamanho desdém com que tratara esses ‘alguns do grupinho’. Tivera-os sempre tão próximos e fora incapaz de cultivar os relacionamentos bons!

Envolvera-se em sentimentos mais profundos, como a paixão adolescente, mas sua contradição clássica de pensamentos, seu pessimismo indesejável e seus infortúnios determinaram o afastamento de ambas as partes. O remorso a tomava, ao mesmo tempo em que tentava justificar sua falta de atitude...

(...)

Saiu do banho com os olhos inchados. Nada que uma maquiagem bem feita não pudesse disfarçar. (Disfarçar, mais uma vez, sua dor, sua insegurança e tudo o que realmente era por dentro.).



"Tristeza não tem fim
Felicidade, sim."

(Esqueci de quem é)


Evanescence - Forgive Me.



.:: Por Louise Gracielle, às 4:39 PM.




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.:: quarta-feira, novembro 24, 2004

Pela Nesga da Porta

A avó na cadeira de balanço, na sala, frente à televisão desligada, fazia seu crochê tão imersa em pensamentos que estremeceu quando ouviu a porta da cozinha bater fechando.

Ficou imóvel, percebeu que eram eles. Estremeceu novamente.

Lembrou do tempo em que ainda era criança, de como brigara com seu irmão, porque tentara ouvir o que ele e seus amigos diziam escondidos na casa da árvore. De quando seu irmão voltava da guerra em cartas tristes e da última que recebeu, acompanhada de uma bandeira. Lembrou de sua mãe chamando para o almoço, de suas pernas finas correndo pela rua de pedras, do dia em que caiu e machucou o joelho. De seu pai que chegava em casa na hora da janta, às vezes a rodava e jogava para o alto, às vezes cansado demais para lhe dar atenção. Lembrou de suas colegas de infância, de como suas bonecas se transformaram em discos de vinil, e de como sua ciranda virou um baile de formatura. Lembrou que fora à praia, que brincara de jogar água para o alto, que derrubara o castelo de areia de seu irmão. Lembrou de uma tarde de domingo quente em que toda a família tomava sorvete na calçada de uma rua movimentada. Lembrou de seu primeiro beijo, de seu primeiro namorado, e do dia em que conhecera o amor de sua vida. Lembrou de seu casamento, do rosto prematuro de seu primeiro filho, de como ainda o ama. Lembrou do primeiro dia de aula de sua filha, e de como ela chorou, dos cabelos longos de seu filho caçula, tão rebelde. Lembrou de como no final todos eles deram jeito na vida. Lembrou de como é ter alguém a te chamar de vovó, de como é a expressão das crianças ao serem presenteadas. Lembrou como sua vida passara num piscar de olhos. Lembrou de como nada naquela vida superaria a felicidade da festa surpresa que ganhou aos 10 anos, nada poderia apagar o sol forte que fazia naquela tarde e nada iria descolorir os papéis que envolviam os presentes. Também pensou que nada iria apagar de sua memória o beijo que ganhou de seu pai, antes dele desaparecer completamente de sua vida, e de como se arrependia por estar fingindo dormir naquela noite. Lembrou de inúmeras pessoas que participaram de sua vida e que agora só poderiam ser lembradas.

“Dudu, tem biscoito na mesa”.

Eram 9:25, o cheiro de biscoito recém-assado estava forte na cozinha mal-iluminada da casa em que a trupe barulhenta adentrava. A cadeira de balanço fazia barulho.

( Por
Eduardo, Dudu, Trinidol, Duf e demais variações. )


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Seria muito egoísmo de minha parte se o [Broken Ideas] girasse em torno de meu umbigo e somente em torno dele. Por isso, vou postar trechos prediletos de blogs de amigos, textos alheios (como esse do Eduardo) e trechos musicais.


"Se o sinhô num tá lembrado
Dá licença de contá..."

(Adoniran Barbosa)



Enya - On My Way Home.



.:: Por Louise Gracielle, às 3:41 PM.




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.:: sexta-feira, novembro 19, 2004

O Poder de Um Nome

Fiquei muito grata quando li os comentários de vocês, elogiando o novo style do blog e o post passado! Confesso que isso me deu mais vontade de levar a sério os meus rabiscos incoerentes, minhas "idéias despedaçadas" - como sugere, com fundamentos, o título deste canto.

E é justamente sobre o tópico que lá em cima se estabelece que gostaria de falar. Penso que encontrei uma boa manchete para isso: O Poder de Um Nome.

"Vai se chamar... Louise!"

É muito estranho imaginar que alguém um dia viu esse nome pequeno e - para mim, dona dele - profundo e pensou: "minha filha se chamará Louise!". Eu pensava, quando mais nova, que as pessoas nasciam com nomes estabelecidos pelas ordens divinas. Talvez seja isso, já que cada um assume características tão próprias de sua graça! São raras as exceções. Percebam como é freqüente dizermos, por exemplo: "ih, isso é mal de Rafael!".

Penso que cada nome tenha uma essência. E as pessoas que o recebem acabam por aspirar um pouco dela e assumem seu caráter particular, o que as torna especiais de alguma forma.

O tópico do meu blog teve suas razões para ter sido escolhido:
  • uma amiga, Andressa, quem o inventou ao me ouvir dizer "que tanto escrevo e nada falo". [Aproveito a brecha e mando um abraço a essa amiga queridíssima que anda sumida, apesar da proximidade física que temos (apenas uns quarteirões), e por quem tenho profundo carinho! Ainda cantaremos juntas, viu?]
  • "Idéias Fragmentadas" é certamente a definição do que escrevinho. As conexões se estabelecem em meu cérebro e fazem brotar as palavras desconexas e contraditórias que digo. Sou muito "de lua" e também o são meus posts (mais à frente vocês notarão como venho me contradizendo).

Por mais que eu tente estabelecer um rumo aos meus pensamentos, por mais que eu queira pensar nas coisas de um jeito perfeito, tudo flui tão solto e sujeito a mudanças. Vivo nessa de desdizer as coisas. Numa fragmentação contínua do passado e, quem sabe?, num impasse amanhã. (Mais uma que ninguém compreenderá.)

Agora mais do que nunca as contradições, antíteses e os paradoxos tomarão conta da minha mente: ter [Broken Ideas] é minha nova Era. O "poder deste nome" pode me fazer ainda mais confusa; estou disposta a aceitar sua essência e a fazer surgir seu caráter particular que o torne especial - além de estar me aliando à minha própria característica de escrita, sem choramingos e lamentações.

"I gotta take a little time, a little time to think things over
I better read between the lines, in case I need it when I'm older."

(Foreigner)

Chico César - Templo.

PS.: Aos duvidosos, estou aqui, mantendo a felicidade de antes. Por mais de uma semana!



.:: Por Louise Gracielle, às 8:31 PM.




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.:: sexta-feira, novembro 12, 2004

Having The Time Of My Life

Foto furtada da Lílian.

Novos ciclos estão sendo formados agora por minhas mãos, braços, pernas, corpo e alma. Estou me entregando completamente a um novo desejo. Algo que jamais havia feito em toda minha vida e que, subitamente, me despertou um atípico interesse: apressar meus dias.


Vivemos contra o tempo, temendo que ele nos destrua e que derrube nosso santuário da memória ou que acabe por desfazer as muralhas que construímos pela vida afora. Temo que eu seja devorada pela minha pressa!
Apressado come cru e a pressa é inimiga da perfeição! Mas eu pretendo fazer novos ditados populares, caso minha experiência dê certo!

2004 não foi um ano bom pra mim. Ou melhor - corrigindo -, foi bom, mas eu poderia tê-lo feito melhor. As oportunidades que me escaparam, os amigos que não fiz, as palavras que não disse, as coisas certas que não fiz, as saídas merecidas que não dei, os desejos que não tive, as tarefas que não cumpri me fazem ver agora como a areia do Tempo escorreu por entre meus dedos, os quais mantive sempre abertos. Desperdicei meus dias, meus preciosos 16 anos (cuja data de comemoração passei estudando, chateada, como sempre), minhas preciosas horas que poderiam ter sido (mas que, graças a forças divinas, não foram) as últimas de minha existência.

Arrependimento. É uma boa definição de tudo o que está correndo aqui dentro.
Não pensem vocês que tudo isso me faz cabisbaixa, tristonha e pessimista - NÃO!
Criei a coragem para apressar meus dias e para dizer, em alto e bom tom, que...

...Meu ano começa agora!

Chega de lengalenga, lero-lero e vivamos! Todas as mudanças planejadas, escritas em uma tira de papel e atiradas em uma gaveta esquecida serão pescadas, esfregadas, repintadas em suas partes feias e recicladas por mais do que realmente valem. Esse será meu jeito de me redimir de meus inúmeros erros. Estou disposta a modificar tudo o que deixei estático, morto e enterrado! Quero me arriscar mais, me envolver mais, dizer mais, me calar mais, ouvir, sentir, sair, sorrir, chorar, cantar, relaxar, dançar, dormir, ser e significar mais!

Se alcançar meus objetivos se resumisse a essa positividade que está nascendo aqui dentro, já seria a guria mais realizada do mundo! Sei que tem muito chão pela frente, but, honey... time is on my side; yes, it is!



E como ciclo de Louise Gracielle zen e animada com a nova capacidade que se instala nela de ver o mundo, aqui está meu novo blog! Abandonei meu querido companheiro de aventuras pelo iMundo, o .:Cidadã do Mundo:., por questões de servidor. Há tempos o Weblogger se apresentava defeituoso. (Já vejo a dando pulinhos de felicidade com a novidade!)

Queria agradecer imensamente a paciência e ajuda de uma amiga que meu antigo blog pôs em meu caminho: Bruh ! Foi ela quem criou o template desse meu novo canto virtual e quem ajeitou tudinho pra mim! Mais uma vez, Bruh, meus sinceros agradecimentos! Se eu disse que adorei, foi porque eu fiquei sem graça de dizer a verdade... A verdade é que eu amei mesmo! Desculpe-me pelo trabalho extra e por ter escolhido justo a sua foto favorita (eu acho)!



"You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find that ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun
And you run and run to catch up with the sun, but it's sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way,
but you're older
Shorter of breath and one day closer to death
Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or a half page of scribbled lines
Hanging on in a quiet desperation is the English way
The time is gone the song is over, thought I'd something more to say"

(Pink Floyd)


Cassia Eller e Djavan - Milagreiro.



.:: Por Louise Gracielle, às 10:57 PM.




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